Os filósofos
pré-socráticos fazem parte do primeiro período da filosofia
grega. Eles desenvolveram suas teorias do século VII ao V a.C.
Recebem esse nome, posto que sejam os filósofos que
antecederam Sócrates.
Os filósofos pré-socráticos buscavam nos elementos
natureza as respostas sobre a origem do ser e do mundo, focando, sobretudo, nos
aspectos da natureza, sendo chamados de “filósofos da physis”.
Sócrates
Sócrates (470 a.C-399 a.C.) foi um
importante filósofo grego do segundo período da filosofia. Nasceu em Atenas
sendo considerado um dos fundadores da filosofia ocidental.
A filosofia de Sócrates, baseada no diálogo, era
chamada de filosofia socrática, a qual fora marcada pela expressão “conhece-te
a ti mesmo”, em virtude da busca da verdade através do autoconhecimento.
Ademais da filosofia do “diálogo”
de Sócrates, destaca-se a “maiêutica”, que
significa literalmente “trazer a luz”, do qual faz relação com a iluminação da
verdade, que para ele, está contida no próprio ser.
Correntes ou Escolas
Pré-Socráticas
Segundo o foco e o local de desenvolvimento da
filosofia, o período pré-socrático está dividido em Escolas ou Correntes de
pensamento, a saber:
· Escola
Jônica:
desenvolvida na colônia grega Jônia, na Ásia Menor (atual Turquia), seus principais
representantes são: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de
Mileto e Heráclito de Éfeso.
·
Escola
Pitagórica: também
chamada de "Escola Itálica", foi desenvolvida no sul da Itália, e
recebe esse nome posto que seu principal representante foi Pitágoras de Samos.
· Escola
Eleática:
desenvolvida no sul da Itália, sendo seus principais representantes: Xenófanes
de Colofão, Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia.
· Escola
Atomista: também
chamada de “Atomismo”, foi desenvolvida na região da Trácia, sendo seus
principais representantes: Demócrito de Abdera e Leucipo de Abdera.
Principais Filósofos
Pré-Socráticos
Segue abaixo os principais filósofos do período
pré-socrático:
·
Tales de Mileto (624 a.C.-548 a.C.):
nascido na cidade de Mileto, região da Jônia, Tales acreditava que a água era o
principal elemento, ou seja, era a essência de todas as coisas.
·
Anaximandro de
Mileto (610
a.C.-547 a.C.): discípulo de Tales nascido em Mileto, para Anaximandro o
princípio de tudo estava no elemento denominado “ápeiron”, uma espécie
de matéria infinita.
·
Anaxímenes de
Mileto (588
a.C.-524 a.C.): discípulo de Anaximandro nascido em Mileto, para Anaxímenes o
princípio de todas as coisas estava no elemento ar.
·
Heráclito de
Éfeso (540
a.C.-476 a.C.): considerado o “Pai da Dialética”, Heráclito nasceu em Éfeso e
explorou a ideia do devir (fluidez das coisas). Para ele, o princípio de todas
as coisas estava contido no elemento fogo.
·
Pitágoras de Samos (570 a.C.-497 a.C.): filósofo e matemático
nascido na cidade de Samos, para ele os números foram seus principais elementos
de estudo e reflexão, do qual se destaca o “Teorema de Pitágoras”.
·
Xenófanes de
Cólofon: (570
a.C.-475 a.C.): nascido em Cólofon, Xenófanes foi um dos fundadores da Escola
Eleática, se opondo contra o misticismo na filosofia e o antropomorfismo.
·
Parmênides de
Eléia (530
a.C.-460 a.C.): discípulo de Xenófanes, Parmênides nasceu em Eléia. Focou nos
conceitos de “aletheia” e “doxa”, donde o primeiro significa a
luz da verdade e o segundo, é relativo à opinião.
·
Zenão de Eléia (490 a.C.-430 a.C.):
discípulo de Parmênides, Zenão nasceu em Eléia. Foi grande defensor das ideias
de seu mestre filosofando, sobretudo, acerca dos conceitos de “Dialética” e
“Paradoxo”.
·
Demócrito de
Abdera (460
a.C.- 370 a.C.): nascido na cidade de Abdera, Demócrito foi discípulo de
Leucipo. Para ele, o átomo era o princípio de todas as coisas, desenvolvendo
assim, a “Teoria Atômica”.
Os filósofos pré-socráticos são
divididos em escolas do pensamento: Escola Jônica, Escola Itálica, Escola
Eleática, Escola Atomística; de acordo com o local e problemas discutidos por
seus pensadores.
A Escola Jônica recebe este nome
por se desenvolver na colônia grega Jônia, na Ásia Menor, local onde hoje é a
Turquia. Seus principais filósofos foram: Tales de Mileto, Anaxímenes de
Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso. Pensavam sobre o elemento
primeiro, chegando a conclusões diferentes. Para Tales, o elemento que forma
todas as coisas é a Água. Para Anaximandro, o elemento é o Ápeiron, aquilo que
é ilimitado e que possibilita a união e separação dos diferentes corpos. Para
Anaxímenes, o elemento é o Ar. De acordo com Heráclito, o elemento que
representa a natureza das coisas é o fogo. Apesar das diferenças sobre qual
seria o elemento primeiro, os filósofos da Escola Jônica pensavam o mundo como
algo em movimento, a água que congela e evapora, o ápeiron que não pode ser
determinado e não é estático, o ar nada palpável e o fogo que está sempre em
movimento e transformando o que queima.
A Escola Itálica se desenvolveu
no sul da Itália. O filósofo principal desta escola foi Pitágoras de Samos.
Nascido na ilha de Samos, foi na península itálica, na cidade de Crotona, onde
ele desenvolveu suas ideias. Pensou serem os números as essências das coisas.
Suas investigações da física e matemática eram misturadas com misticismo. São
atribuídos aos discípulos de Pitágoras, os pitagóricos, diversas descobertas
matemáticas. Foi Pitágoras o responsável pela criação da palavra filosofia
(amizade pela sabedoria) ao chamar a si mesmo de filósofo (amigo da sabedoria).
A Escola Eleática se desenvolveu
na cidade de Eleia, ao sul da Itália. Seus principais filósofos foram Xenófanes
de Cólofon, Parmênides de Eleia e Zenão de Eleia. Apesar de não ter nascido em
Eleia, Xenófanes se estabeleceu na cidade após levar uma vida andando de
povoado em povoado. A ideia principal ensinada por Xenófanes e posteriormente
trabalhada por Parmênides é a ideia de Um. Xenófanes pensava no Um a partir de
um pensamento mais voltado à religião, dizendo que Deus é Um, não foi feito, é
eterno, perfeito e não se modifica. Em oposição à Escola Jônica, Parmênides
pensa que o mundo é formado por um Ser-Absoluto, que não foi feito, é eterno,
perfeito e não se modifica. Contra a ideia de movimento, Zenão desenvolveu
argumentações que foram e são muito discutidas. Entre elas está a ideia de que
uma flecha em voo sempre ocupa o seu espaço de flecha, logo a flecha está em
repouso e todo movimento é uma ilusão.
A Escola Atomística, ou atomismo,
desenvolveu-se a partir da ideia de que são vários os elementos que formam as
coisas. A ideia de átomo (a = negação
e tomos = divisão, ou seja, aquilo que não pode ser
dividido) foi desenvolvida por Leucipo de Mileto e depois trabalhada por
Demócrito de Abdera e Epicuro de Samos. Para Leucipo, o mundo é formado a
partir do choque aleatório e imprevisível de infinitos átomos.
Embora diversos destes filósofos tenham escrito
mais sobre outros assuntos do que sobre a natureza das coisas, como é o caso de
Demócrito, que escreveu sobre ética, é o questionar-se sobre a natureza das
coisas que os une neste período.